Um órgão do governo chinês lançou serviço de mapeamento via satélite para concorrer com o Google Earth, o que pode representar problemas para as operações do Google na China continental.

O Google e a China estão em conflito desde o ano passado, quando um sério ataque de hackers originário do país asiático levou o Google a fechar seu serviço de busca em chinês na China continental.

O “Map World” foi lançado pelo Serviço Estatal de Agrimensura e Mapamento, na quinta-feira, e está disponível em www.tianditu.cn. A página está em chinês, mas usuários do browser Chrome, do Google, conseguem traduzir grande parte dos comandos. A homepage oferece uma vista em larga escala da Grande Muralha da China, encimada por nuvens em forma de continentes.

O Google não solicitou licença para operar um serviço de mapeamento online na China, informou um jornal chinês, mas o serviço de mapeamento do Google está acessível nos computadores da China continental.

Regras criadas em maio pelo serviço de mapeamento dispunham que empresas oferecendo serviços online de mapeamento e localização precisariam solicitar licença. Para fazê-lo, os servidores usados para os mapas teriam de estar localizados no país.

O Google informou na época que estava avaliando as novas regras, criadas para permitir que a China bloqueie os serviços de fornecedores que não se qualifiquem para uma licença.

O serviço de vídeos YouTube e o de fotos Picasa, controlados pelo Google, estão bloqueados na China, e o pacote de programas online de editoração de documentos às vezes é difícil de acessar no país. As buscas originadas na China são agora direcionadas ao serviço de buscas do Google em Hong Kong. O Google não opera servidores na China continental.

Algumas das imagens em alta resolução do “Map World” sobre o centro de Pequim parecem ter sido obtidas em 1o de outubro de 2009, quando as ruas foram esvaziadas para o desfile militar e alegórico do Dia Nacional da China, que pode ser visto nas ruas.

O Map World só oferece imagens de altitude elevada, fora da China, e o outro lado da fronteira entre a China e a Coreia do Norte revela uma área branca depois que certa resolução é atingida. Outros países também apresentam telas em branco para as resoluções mais elevadas.

Taiwan, que a China define como província traidora, não pode ser vista na mesma resolução que a China continental.

Na China, serviços de mapeamento continuam sujeitos a normas estatais de sigilo, o que cria problemas para mineradoras, já que mapas de alta resolução sobre jazidas não estão disponíveis, e também para simples turistas.