GENEBRA  – Cientistas do Centro Europeu para Pesquisas Nucleares (Cern) anunciaram nesta segunda-feira a realização no fim de semana das primeiras colisões de partículas à velocidade da luz em 2011, retomando as investigações sobre a origem do cosmos no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês).

“Ele começou bem, com feixes estáveis. Estamos até mesmo um pouco adiantados depois da pausa de inverno”, disse o porta-voz James Gillies à Reuters.

O físico Oliver Buchmueller, um dos pesquisadores à frente do projeto de 10 bilhões de dólares, afirmou que a prioridade máxima em 2011 e 2012 seria encontrar evidências sobre a super-simetria, as dimensões extras, a matéria escura, a produção de buraco negro e o misterioso bóson de Higgs.

Esses conceitos e ideias estão nas novas fronteiras da pesquisa científica, à medida que avançam para um domínio que antes era ficção científica, dando um novo impulso à cosmologia e às teorias que indagam se o universo é único ou apenas um entre muitos.

Cosmólogos, como o britânico Steven Hawking e o físico e matemático norte-americano Brian Greene, esperam que o LHC forneça ao menos fortes sinais de que houve outro universo antes do Big Bang ou de que existam outros em paralelo ao nosso.

O Cern — centro de pesquisas de 21 países situado perto de Genebra na fronteira entre a Suíça e a França — deu início ao que chama de “Nova Física” com o LHC em 31 de março do ano passado, um projeto que poderá entrar pela década que vem.

Após 8 meses de operações intensas, as atividades do LHC foram interrompidas no dia 6 de dezembro para manutenção do equipamento.

No túnel subterrâneo de 27 quilômetros, partículas minúsculas são colididas criando bilhões de mini-explosões como o Big Bang de 13,7 bilhões de anos atrás, que levou à formação do universo que conhecemos hoje e tudo o que existe nele.

Essas explosões são monitoradas e analisadas por quatro equipes de pesquisa do Cern e por cientistas de todo o mundo que buscam por novas informações sobre o período da criação.