Um livro sobre solues de segurana da Cisco traz em seu prefcio a idia de que, no passado, o poder dos pases e das organizaes era medido em termos de quantidade de produo, ou seja, eram utilizadas mtricas como toneladas de ferro, mangans, barris de petrleo, entre outras, para coloc-los em uma posio de destaque perante aos seus contemporneos.

Segundo a viso dos autores, atualmente a “fora” desses pases e organizaes est muito mais atrelada capacidade de transferir informaes. Essas informaes podem variar desde imagens estratgicas geradas por satlites de bases terroristas no Afeganisto, e que so utilizadas para servir aos interesses militares durante ataques em massa dos EUA, at o fluxo de dados financeiros entre mquinas de atendimento ao consumidor e instituies financeiras.

Os autores expem um cenrio onde cogitam a possibilidade dessas informaes serem alteradas ou desviadas, preocupando-se com os efeitos colaterais atravs da propagao de incidentes com alto grau de severidade com reflexo direta na vida dos pases, organizaes e indivduos. citado como exemplo o redirecionamento de uma transao financeira para os fundos de uma conta em bancos da Sua ou Bahamas. Eles retratam o que podemos identificar como uma conseqncia do advento da globalizao.

Em funo da necessidade de acesso rpido informao – seja para efetuar processamento de transaes, tomar decises estratgias, executar pesquisas, entre outras demandas especficas – , tornou-se necessidade primordial para pases, empresas, instituies e individuos utilizar cada vez mais o meio pblico Internet para troca rpida de informaes. A rede mundial de computadores, atravs de seus links intercontinentais, permite que em poucos segundos que transaes sejam efetuadas reduzindo o espao geogrfico atravs da aproximao virtual de fronteiras. a tecnologia servio da globalizao, proporcionando a criao de um segmento virtual de negcios onde os volumes gerados por negociaes e valores envolvidos so estratgicos para a vida de qualquer grande corporao.

Com a utilizao da Internet, as empresas se estuturaram de forma a abrir suas portas para o mundo. E justamente essa abertura e superexposio ao mundo exterior que faz com que a Internet, veculo de difuso de informaes utilizado tambm para promover negcios, seja usada para finalidades obscuras como espionagem industrial, roubo de informaes, chantagens e outros tipos de crimes cometidos contra o patrimonio dessas corporaes.

Um site de comrcio eletrnico, por exemplo, no recebe somente visitas de consumidores interessados em adquirir seus produtos. Muita coisa acontece nos bastidores de um site dessa espcie. Alm de ter a preocupao em prestar um bom atendimento e vender produtos de boa qualidade, atendendo bem seus consumidores, estas empresas necessitam estar preparadas para visitantes hostis.

Freqentemente, os links de comunicao dessas empresas so inundados por trfego de dados maliciosos, onde portscans, tentativas de invases atravs da execuo de exploits e propagao de worms trabalham em prol do objetivo de prejudicar de alguma maneira a operacionalidade do site. Isto pode acontecer de diversar formas: atravs da indisponibilidade do mesmo a partir de um ataque DDOS, alterao de sua integridade, obteno de informaes privilegiadas como informaes de clientes, como nmeros de carto de crdito, ou roubo de informaes estratgicas e vitais para o negcio da corporao – o que caracteriza uma verdadeira espionagem industrial ciberntica.

A necessidade de tornar o ambiente de rede seguro vital para a manuteno da estabilidade, produtividade, credibilidade e, principalmente, do faturamento dessas empresas. Esta necessidade pode ser saciada a partir da utilizao correta de equipamentos e definio de regras que possam governar o uso apropriado destes equipamentos.

Atualmente, existe a necessidade e preocupao das empresas em proteger informaes de sua propriedade ou interesse que trafeguem dentro ou fora de sua rede corporativa. A proteo interna normalmente baseada em definies de poltica de segurana que incluem procedimentos de auditoria interna, segurana de senhas, normas para utilizao de Internet, correio eletrnico, antivrus em estaes de trabalho, entre outros mecanismos.

J a proteo em relao ao resto do mundo mantida atravs da utilizao de uma tecnologia especfica, a qual chamamos de Firewall, que proporciona proteo do segmento de rede corporativo interno (LAN) em relao ao mundo exterior, permitindo somente a passagem de protocolos e servios autorizados de acordo com as definies da poltica de segurana desta corporao. Isso no quer dizer que o Firewall no seja utilizado nos segmentos internos da corporao. Em um ambiente de rede que preza pela segurana crtica, os Firewalls tambm so utilizados para segmentar os diferentes departamentos de uma corporao, criando outras barreiras para invases internas ou dificultando os passos para uma possvel invaso externa.